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Jogado aos seus pés #3 - Valéria

                                 




Capítulo 3 - Valéria
 

Rainha Atena ouviu atentamente o candidato a escravo contar a respeito de como foi sua iniciação na vida de submisso. Depois de conclusa a explanação, a deusa da masmorra quis saber mais:

- Entendi. Para um submisso como você, julgo mesmo que tenha sido um início bem marcante. E depois de Samara, qual foi a deusa que apareceu na sua vida?

- Ah, a segunda foi Valéria. Com essa eu cheguei a me casar.

- Jura? Nossa! Estava acreditando que você fosse solteiro até hoje. Não imaginava que você já tivesse sido casado. Você é tão garoto...

- Sim, senhora Atena. Ela praticamente me intimou a casar-me com ela.

- Como foi com ela? Ela também era “assanhadinha” com outros machos?

- Sim. A senhora quer saber os detalhes de como foi minha relação com ela?

- Claro! Quero que me conte tudo.

- Certo. Nos conhecemos ainda adolescentes e nos paquerávamos desde então (ao menos eu a paquerava, é bem verdade), mas Valéria, além de comprometida, ainda contava alguns poucos anos a mais do que eu e, por estas razões, jamais nutri esperanças em tê-la por aquela época. Valéria reunia características que me custava a acreditar que um dia pudesse ficar comigo. Dona de um rosto marcante, longos cabelos pretos, corpo escultural, de curvas generosíssimas, belas coxas, bunda redonda e empinada, Valéria era muito assediada pelos homens e tinha o mesmo tipo de fama de Samara: a de que era uma galinha incorrigível.


- Poxa, mas você é mesmo um ímã para esse tipo de mulher, não é?

- Sim, senhora. Por vezes, tenho a impressão de que minha cornitude submissa exala um odor característico só detectável por mulheres inclinadas a manterem um beta fiel enquanto buscam a plenitude de suas satisfações com machos-alfa.

- Posso acreditar. Continue, por favor.

- Diziam que ela traía o namorado, mas eu sabia, ou ao menos desconfiava, que diziam isso pela sua maneira de se vestir, se relacionar com as pessoas e estar entre os amigos. Também como Samara, era dona de uma personalidade expansiva e extremamente comunicativa, mas além disso, destacava-se por uma inteligência que não se podia notar em Samara. Sua inteligência já era cultivada em livros que lia, músicas que ouvia, filmes que via. Era capaz de tratar sobre variados assuntos com versatilidade, o que muitas vezes terminava por intimidar homens e mulheres ao seu redor. Também havia sido muito namoradeira antes da relação em que se encontrava e, convenhamos, também depois dela.

- Bom, daí tivemos uma evolução.

- Com certeza, senhora – respondeu sorrindo.

- Reencontrei-a por acaso em um restaurante, algum tempo depois de nossos anos escolares, e houve uma mútua alegria. Eu estava sozinho e fui convidado por ela a juntar-me ao seu pequeno grupo de amigos. O jantar rendeu papos da época em que nos conhecemos, os amigos em comum, o destino que havíamos tomado profissionalmente desde os poucos mais de dez anos que se passaram. Ela tinha 29 anos e eu 26, mas a diferença já não era significativa como na época em que nos conhecemos. Passadas algumas horas de conversas e chopes, descobri que a sua casa ficava um pouco depois da minha e então lhe ofereci uma carona. Para minha surpresa e satisfação, Valéria aceitou o convite, então despedimo-nos dos seus amigos e zarpamos em meu carro. No caminho de volta para casa resolvemos fazer uma parada em um conhecido boteco da região em que morávamos. A desculpa foi tomarmos algo e esticar um pouco mais a agradável conversa, mas na verdade já estavam claras as nossas intenções. Finalmente a sós, alcançamos a almejada intimidade e, depois de alguns tragos, quando dei por mim, já nos beijávamos. Foi questão de pouco tempo para dali irmos parar direto em minha cama convictos de que não nos largaríamos tão fácil. A convicção foi tamanha que sequer fomos prudentes com o uso do preservativo, num irrefletido gesto de entrega. Uma urgência nos impedia de parar para o que quer que fosse e logo Valéria pôde sentir-me dentro de si. Eu enfiava com toda a vontade e desejo que, naquele momento, se revelavam represados há quase uma década, e Valéria correspondia em igual intensidade. No entanto, estranhamente e de maneira inédita, eu não conseguia gozar de jeito nenhum. Nunca isso havia me acontecido antes. E ela notou a minha aflição e revelou viver sentimento idêntico. Não sei se por nervosismo, ansiedade ou mesmo se pela combinação desses sentimentos com o álcool que havíamos ingerido, nenhum de nós dois conseguimos chegar lá. Nos demos por vencidos e dormimos agarrados como os melhores e românticos casais apaixonados.


- Bom, até aqui não me parece uma história muito diferente de várias que ouço acerca de casais com inícios ordinários de relação. Quero dizer que, buscando adequar o que me relatou até agora ao contexto da dominação feminina, com essa sua ex-esposa, pouco encontrei que tivesse relevância para me convencer a te aceitar como meu escravo.

- Certo, senhora, mas deixe-me dizer que ela também era semelhante a Samara nesse aspecto. Dando sequência ao relato, espero convencê-la dessa premissa.

- Ok, prossiga.

- Sim, senhora. No dia seguinte acordei, fui trabalhar e deixei-a adormecida em minha cama. No trabalho, encontrei Orlando, um amigo nosso em comum, e lhe contei sobre a minha noite anterior. Surpreso pela minha conquista, quis saber se eu estava pensando em namorar com Valéria, se eu teria coragem, apesar da sua fama. Ele me perguntou:

“Ela é um furacão de tesão, eu sei, uma linda, mas você não teme ser traído? Você lembra da história lá com Gustavo, né?”

Quis saber meu amigo. Orlando retomava uma antiga história sobre um suposto caso extraconjugal de Valéria com um homem casado enquanto namorava Gustavo, rapaz com quem namorou por longos anos desde a nossa época de escola. Eu disse que sim, mas que eu confiava em meu taco, e ele, com discrição, não insistiu em perguntas. Passamos o dia trocando mensagens pelo telefone, romanticamente, como um casal de adolescentes. Valéria retornou à sua casa e prometeu que nos veríamos naquela mesma noite. Cheguei o mais cedo que pude e preparei um jantar para recebê-la. Não demorou em que batesse à minha porta deslumbrantemente vestida numa minissaia em couro preto, botas, uma meia arrastão e uma camiseta que revelava as rendas do seu sutiã preto. Não conseguimos esperar pela refeição e logo estávamos trepando outra vez. Incontido em minha sede, fui direto à sua buceta e sorvi tudo o que me era permitido. Desde Samara, chupar uma buceta que eu tanto cobiçava havia se tornado um ato de devoção para mim. 

Acariciei o seu clitóris, dedilhei-o sutilmente e toquei-o com leves e delicadas lambidas, para só então, com uma reverência quase religiosa, invadir a sua bucetinha deliciosa com o meu pau, um espião cheio de vontade. No entanto, foram poucas as estocadas que ela me permitiu aplicar-lhe, logo quis retribuir-me a chupada e colocou-se de joelhos com total entrega pelo meu membro rijo. Chupou-me de tal maneira que logo me fez descobrir estar diante de um dos melhores boquetes que eu já havia experimentado na vida. Pouco depois, passei a ficar por um longo tempo lambendo sua enorme e arredondada bunda, suas pernas torneadas, seus pés macios, seus dedos cheios de segredos, os quais chupava sem a menor pressa, sentindo o sabor de cada um deles... Deitada, Valéria se deliciava com as minhas carícias que por vezes subiam até a sua nuca. Não tardou para que eu retornasse o meu pau dentro de sua buceta inteiramente lambuzada e encharcada de tesão. Valéria colocou-se de quatro e finalmente meti com uma paixão que havia tempo que já não experimentava. Senti-me como um vencedor diante de uma rainha que me concedia as benesses de uma guerra vencida. Dessa vez eu estava mais relaxado, sem o efeito das cervejas do dia anterior, e finalmente gozei muito gostoso. Inundei a buceta de Valéria. Em seguida, ela me virou sobre a cama e montou por cima de mim, ainda rijo. Ao encaixar novamente a buceta em meu pau, pude sentir as contrações de seu quadril e de seus músculos vaginais. Ela agarrou-se forte em mim, comprimiu as suas unhas escrupulosamente pintadas de vermelho contra o meu peito, desatou um gozo frenético carregado de fortes gemidos, e desabou relaxada sobre o meu tronco exausto.

- Interessante essa parte, candidato. Mas ainda não consegui enxergar nada além de uma deliciosa transa baunilha entre dois apaixonados.

- Perdoe-me, senhora. Compreendo perfeitamente sua impaciência e pergunto se estou detalhando demais o relato antes de entrar na parte principal.

- Sim, está. Mas não entenda como impaciência. Confesso que estou ansiosa. Quero logo saber a parte em que ela também te coloca em uma situação submissa – admitiu esboçando um primeiro sorriso desde que Frederico apareceu na masmorra.

- Ah, claro, senhora Atena. Vou me esforçar para ser menos prolixo. Bom, então, continuando, já relaxados e saciados, ficamos ali na cama conversando até que, inadvertidamente, acredite, senhora Atena, a mesma cena ocorrida com Samara há alguns anos atrás se repetiu. Talvez um pouco mais incisiva até: Valéria desceu a mão em meu membro já repousado e exaurido pelas nossas investidas anteriores, sentou-se rapidamente e disse como que assustada: “Nossa, como é pequeno! Nunca havia ficado com um assim antes!” 

Ela falou aquilo com tanta espontaneidade que eu não soube o que dizer na hora, de tão aturdido que me vi diante daquela sincera e nada maliciosa humilhação. Valéria havia acabado de cruzar a mais solene etiqueta que uma mulher, segundo os manuais dos machos, em tese, deve resguardar ao seu homem. Involuntariamente atingira as raias da virilidade que agora poderia inclinar combalida, de modo que até ela, certamente, tenha se assustado com a própria franqueza que ouviu das suas palavras. Balbuciei algo que não pareceu fazer muito sentido, talvez alguma justificativa frívola pelo esforço anterior em satisfazê-la, talvez um frio inexistente nos trópicos, talvez qualquer grunhido nonsense. Valéria concluiu a sentença e não se deu por rogada, quis ver com os próprios olhos o que o seu tato acabara de lhe revelar. E quando puxou o lençol para conferir sua intuição, o meu pau já dava fortes sinais de que aquilo havia mexido com o meu ímpeto, sem que restasse tempo para conferi-lo em estado de repouso. Instintivamente, puxei-a para perto e a beijei sem dizer mais uma única palavra. Dali em diante eu untei todo o seu corpo com a minha língua, cada curva, dobra, articulação, pêlos, tudo, e passei a querer o seu sexo ininterruptamente, uma chama havia se acendido em mim e parecia não mais querer deter-se. Todo o meu corpo parecia querer apagar a abordagem anterior por meio de uma impressão ainda mais poderosa, mais intensa do que tudo que ela até então experimentara. O seu gesto humilhante em relação ao meu dote pareceu despertar a ira do meu membro que se negava a se encolher, inteiramente em riste. Um fogo que não se abrandava parecia consumir o meu corpo, que também incendiou o dela, e ficamos vários dias trepando sem sair de casa, exceto para comprar alguma coisa na padaria da esquina que nos mantivesse de pé. Valéria estava de férias e quando a semana se iniciava eu saía para trabalhar e já não podia dizer que eu voltava para casa, mas para a nossa cama, agora convertida em ninho de amor. Vivemos uma verdadeira maratona sexual quase ininterrupta, uma epopéia sexual, de modo que cheguei a faltar o trabalho nalgum dia por pura imposição do meu corpo sedento pelo santuário que passou a ser para mim o corpo de Valéria.

- De fato, você tem mesmo uma inclinação forte a gostar de ser humilhado sexualmente. Gostei.

- Sim, senhora. O fato de indicar que meu membro é desprovido das dotações típicas dos machos de índole dominante me provoca ao ponto de eu beirar cair em súplicas para pedir por mais humilhação. Só não o fiz à época por timidez, provavelmente.

- Percebi. Mas me conta: como que ela deixou desabrochar a fêmea hotwife enquanto vocês estavam casados.

- Então, depois disso, os dias se passaram e Valéria também retornou ao trabalho. Nossa rotina sofreu, inevitavelmente, drástica alteração e finalmente pude recobrar maior concentração em meus afazeres. Muitas vezes ela saía do trabalho e ia à casa dos pais, de alguma amiga ou a algum bar com amigos e retornava no horário em que eu chegava do meu trabalho. Numa sexta-feira, Valéria me disse que um amigo dançarino iria se apresentar num teatro da cidade. O rapaz vinha de outro estado com a sua companhia e ela me disse que iria ver o espetáculo com duas amigas. Como o horário da apresentação era impreterivelmente às 19h, era-me impossível acompanhá-la, já que era o horário que eu sairia da empresa naquele dia. Fiquei sabendo por ela que era um ex-namorado e me vi bastante enciumado com a situação. Inicialmente com bastante cautela, pedi a Valéria que não fosse e a ouvi dizer, rispidamente, que isso não estava em discussão, que ela iria. Sua negativa foi a senha para que eu deixasse a cautela e então brigamos pela primeira vez. Valéria foi incisiva: eu deveria escolher logo ali o que queria porque não iria admitir isso em nosso relacionamento, eu não controlaria os seus passos, então se eu não aceitasse a sua liberdade era melhor pormos um fim em nosso namoro desde ali porque seria sempre daquele jeito. Fiquei atônito com a sua reação intempestiva, definitivamente não esperava isso dela. Antes de sair de casa disse-me que eu fosse trabalhar e pensar bem no que eu queria. Pateticamente, retruquei afirmando que estava tudo acabado entre nós e fui ao trabalho sem que ela me desse a mínima atenção. Não lhe pedi de volta uma das chaves de minha casa que havia lhe entregue anteriormente, apesar de ter declarado a ruptura. Dessa maneira, passei o dia na esperança de encontrá-la em casa quando retornasse, mas, infelizmente, quando cheguei, ela não estava lá.

- Mas você era um corninho muito revoltado, heim. Para que resistir tanto assim ao seu destino inevitável?

- Concordo, rainha Atena. Minha imaturidade me impunha essa insistência inócua em admitir minha real natureza de manso fiel. Mas, enfim, por volta de uma hora da manhã, Valéria abriu a porta com a chave que ainda guardava consigo. Seu perfume exalava um cheiro forte de bebida e cigarros. Estava com uma meia calça, minissaia, um top vermelho e botas em cano alto, quase exatamente como estava no dia em que nos beijamos pela primeira vez. Fiquei confuso com a presença de Valéria, sobretudo ao ouvi-la dizer que estava ali para saber o que eu havia decidido: se ficaríamos juntos ou não. Não duvido que tenha me ocorrido apresentar alguma resistência, mas em meio a minha confusão mental e inteiramente entregue pela paixão e confessa dependência pelo seu amor, puxei-a contra o meu peito e nos beijamos lascivamente. Naturalmente, fomos parar na cama outra vez e voltei a chupá-la com devoção. Ali, de pé, suja de uma noite entre cadeiras de teatro, bares, suor e bebidas, estava Valéria, ao meu dispor, e então eu sorvi as suas secreções de uma noite inteira de amor negado e espera sem fim. Ela virou-se de costas e, de pé, abriu as pernas, empinou suas fartas, empinada e brancas ancas, puxou a sua micro calcinha de lado e me fez penetrá-la enquanto me olhava com aquela expressão mais safada que eu poderia algum dia conhecer. Quando finalmente estoquei o meu pau duro em sua buceta macia e encharcada, não me foi concedido o direito de perdurar por tanto tempo. Gozei rapidamente e ela teve como mensurar, piedosa, o tamanho dos meus desejos.

- Não consigo deixar de supor que a buceta dela não estava suculenta apenas com os sucos próprios. O que você pensa quando lembra disso agora?

- De fato, senhora, hoje sou mais consciente que, ao chupar aquela buceta que estava com um sabor bem acentuado e ácido, posso ter sorvido fluidos seminais de algum caso dela com outro homem. Muito provavelmente do ex-namorado, o tal dançarino, com o qual deve ter tido uma recaída de tesão e ido com ele para algum motel aqui da cidade.

- E o que essa consciência provoca em você?

- Primeiramente, confesso, tesão. Mas também certo nojo, haja vista que não sou nem um pouco adepto a sequer tocar em outro homem.

- Hum... um limite a ser superado, talvez?

- Não sei dizer, senhora. Incialmente, um limite rígido.

- Isso é o que veremos, caso você seja admitido em minha senzala. Mas fica mais pra frente. Sente mais alguma coisa?

- Medo de ter poder ter contraído alguma doença por não saber. E raiva dela pela irresponsabilidade de me expor.

- Ah, quanto a isso te dou completa razão. Mas você chegou a ficar doente?

- Não, por sorte. Por isso, ainda remanesce em mim um fundo intenso de tesão por ter sido humilhado. Só me frustro por ela não ter usado explicitamente da informação para me humilhar ainda mais, verbalmente.

- Claro, o tesão de todo os cornos: ouvirem de suas esposas como que os machos alfas as pegaram de jeito, meteram com força e gozaram litros em suas bucetas.

- Exato. Mas certo que essa malícia não fazia parte do repertório dela.

- Claro, claro. Prossiga.

- Bem, dali em diante, prezada Atena, com sua argúcia, bem pode imaginar que a situação se repetiria várias vezes, não é mesmo? E se repetiu, e eu já estava totalmente entregue quando ela disse que queria morar comigo. Eu não podia acreditar naquilo: a mulher que eu havia superestimado, que sequer imaginei que fosse me beijar algum dia, que eu julgava ser areia demais para o meu pequeno caminhão, estava ali dizendo em minha cama que estava louca por mim e que não queria mais me perder, que queria viver comigo. Eu fiquei alucinado de tudo na hora: havia em mim um frêmito de paixão, de tesão, de vaidade... enfim, a amava definitivamente e a queria mais do que tudo. Marcamos a data e nos casamos numa pequena e discreta cerimônia civil.

- Nossa, ela de fato te enlaçou como a um cevado vulnerável.

- Fato. Era-me impossível dizer “não”. Ela já me possuía. E pode-se imaginar que o nosso casamento foi marcado pela liberdade que ela impunha e que de outro jeito não haveria como ser. Ela sempre gostou da noite, da boêmia, enquanto eu, por minha vez, não alimentava tanto prazer pela vida noturna. Valéria saía quando queria, de modo que na maioria das vezes eu ficava em casa. Algumas vezes pelo meu trabalho e outras simplesmente porque não queria e preferia ver um filme ou ler alguma coisa. Muita gente do nosso convívio chegou a pensar, como vim saber depois, que tínhamos uma relação aberta, mas na verdade não tínhamos. Eu não cogitava essa ideia e ela fez questão de deixar claro por diversas vezes que isso não seria possível numa relação com ela.

- Claro. Isso é típico das mulheres com natureza dominante. Querem ter a liberdade de escolher parceiros sexuais á vontade, mas não admitem dividir seus machos betas com nenhuma outra. Somos mesmo muito possessivas com nossos submissos. Mas me fala, quando você constatou com clareza, da parte dela, que ela era inclinada a ter relação com outros homens?

- Isso foi em certo dia, quando Valéria atendeu ao telefone de uma amiga e, em minha presença, a amiga contou-lhe sobre a noite anterior e lhe confessou que havia ficado com dois caras. A reação de Valéria foi de tanta vibração que foi inevitável perguntar o que houve quando ela desligou. “Marina transou com dois caras!”, revelou. Perguntei se era motivo para tanta celebração e ela afirmou peremptoriamente que esse era o desejo de toda mulher, embora a maioria não tivesse a devida coragem de confessar. Vacilante, quis saber se também era o dela: “Claro que sim! Mas não acho que você tenha a abertura para isso ainda.” A palavra “ainda” não me soou muito bem e logo a rebati ao afirmar que realmente não tinha. Valéria disse me entender, embora nutrisse esperança de algum dia mudar isso em mim.

Com o tempo, aquilo ficou em minha cabeça e sempre que possível Valéria atualizava o assunto, insistia apresentando argumentos de difícil contraponto e, quando eu não conseguia me desviar do tema, terminava por lhe negar a possibilidade de um ménage a trois com ar autoritário. A situação foi ficando difícil em relação a isso, sobretudo pelo fato de normalmente gabar-me de ser uma pessoa democrática e racional e ao mesmo tempo ser capaz de contrapor-me aos seus cada vez mais lógicos e rigorosos argumentos. Valéria então mudou de estratégia. Passou a colocar filmes em que havia ménage a trois feminino, mas também masculino, e os comentava enquanto assistíamos. Falava das posições, das chupadas, dos paus enormes dos atores, enfim, atacava de outras formas. Uma estratégia que evitava o embate, a argumentação e ao mesmo tempo inibia minha reatividade. Curioso é que eu me via excitado com a situação, mas não conseguia ceder aos seus desejos e talvez àqueles que também já eram os meus.



- Você ainda relutava em admitir que era um corninho manso, certo?

- Certo, senhora.

- Mas como essa situação evoluiu a partir daí?

- Certo dia resolvi ir até um sex shop e comprei um consolo que havia um anel em que eu enfiava o meu pau e me permitia ficar com ele por cima, como se tivesse dois paus. Não há como negar que houve um avanço e mesmo um aceno meu em direção a uma maior liberalidade em nossa relação. E ela tremeu de tesão quando cheguei em casa com aquilo. Passamos então a transar inúmeras vezes com o novo apetrecho que media 14 cm. Enfiava o meu pau na sua buceta e os 14 cm de consolo no seu cu. Às vezes invertia e metia por trás.





 Valéria sempre gozava muito e a partir de certo momento passei a pedir para que imaginasse que era outro de verdade: um entregador de pizza, o porteiro do prédio, o mecânico do nosso caro, algum amante imaginário. O que ela invariavelmente fazia com imenso prazer. Então pensei haver resolvido a inquietação de suas fantasias, mas com o tempo o tema da presença real de outro macho em nossa cama retornou com intensidade. Valéria nunca foi de se deixar vencer fácil, ela queria um pau de verdade.

- Poxa, mas você tinha uma esposa perfeita para satisfazer essa sua tara e desperdiçou?

- Certo que sim, minha senhora Atena, mas o desenrolar dessa relação levou a um destino nada agradável. Posso prosseguir e descrever com detalhes?

- Claro! Foi só um comentário, prossiga.

- Então, antes de nos casarmos Valéria já tinha tido experiências com outras mulheres. Contou-me também ter realizado um ménage com uma amiga e um rapaz. Logo após uma sessão de sexo um tanto morno entre nós (coisa ainda inédita até então), ela sugeriu a presença de outra mulher em nossa cama. Claro que na hora alucinei de tesão, mas logo em seguida esfriei, achei se tratar de uma estratégia para que depois eu cedesse em igual proporção, com outro cara. Pareceu-me um script claramente desenhado. Alertei-a de que isso não poderia servir de moeda de troca para a sua fantasia com outro homem e expus esta máxima como condição. Obtive a garantia de que não seria, que apenas teríamos outra mulher, queria apenas, assegurou-me, apimentar ainda mais a nossa relação que parecia dar algum sinal de defasagem. Acordo feito, passamos a pensar como poríamos a nossa vontade em prática. Partiu dela a sugestão de que contratássemos uma garota de programa, mas eu sugeri que guardássemos essa carta como última opção. Ela acatou de bom grado e passamos a avaliar algumas mulheres que nos cercavam. Tínhamos uma linda amiga que frequentava a nossa casa. Luana era uma mulher solteira de 32 anos, 1,70 de altura, esguia, de curvas absolutamente generosas, longos cabelos negros, pele branca e traços marcantes que me lembravam das mais sedutoras mulheres do cinema italiano que eu havia visto. 

Vestia-se como uma pin-up, com o recado daquelas personagens que tantas vezes ilustraram as folhinhas dos calendários, que generosamente insinuavam suas belas curvas. Marcamos um jantar e recebemos Luana em nosso apartamento. Algumas taças de vinho e uma boa conversa que evitasse maiores elaborações intelectuais (que, definitivamente, em nada constituía a vocação de nossa amiga) foram decisivos. Nutria intensa admiração por nós dois e não foi necessário muito esforço para conquistá-la. Logo a conversa descambou para trivialidades sexuais que, sabíamos, seduzia o apetite mental e físico de Luana. Decidimos previamente que eu abriria o jogo para a nossa amiga durante a ausência de Valéria e, numa de suas idas ao banheiro, aproximei-me de Luana e beijei-lhe o pescoço enquanto sussurrava em seu ouvido as nossas reais intenções. Eu sabia da inclinação que nutria por mim desde há muito tempo e não foi difícil tal enlace. Quando Valéria retornou à sala, já nos beijávamos e daí em diante foi apenas questão de tempo para que as carícias avançassem entre nós três e desabássemos na cama. E foi uma delícia. 

Nunca havia ficado com duas mulheres e logo de cara estive com duas exuberantes presenças do sexo feminino que qualquer homem ou mulher dariam qualquer coisa para estar em meu lugar. Luana era muito fogosa, não tanto como Valéria, é bem verdade, e, ao contrário de minha mulher, inclinava-se à submissão. Adorava apanhar e ser submetida sexualmente, o que também a tornava muito afetuosa e disposta ao que quer que fosse quando se tratasse de sexo. Logo me vi realizando uma das minhas mais perseguidas e cobiçadas fantasias. Deitado na cama com Luana cavalgando sobre o meu pau, eu sorvi toda a buceta de Valéria sentada em meu rosto. Com uma de frente a outra, puderam trocar beijos e mútuas carícias em seus rijos e rosados seios. As duas beijaram-se e se abraçaram assim por um bom tempo até que Luana gozou em cima de mim e tombou de costas na cama. Então Valéria levantou-se e colocou-se de quatro diante de nossa amiga, deitada e totalmente à nossa mercê. Então começou a chupá-la. Luana gritou, urrou, puxou o travesseiro contra o rosto e o mordeu com força, tamanho foi o tesão que sentiu com aquele bombardeio de estímulos. Diante da deslumbrante imagem de Valéria exposta com as suas belas ancas ao meu dispor, a satisfazer nossa amiga com devoção, restou-me penetrá-la por trás segurando a sua volumosa bunda pela cintura. Valéria agia como uma maestrina e regia todo o nosso concerto particular. Por fim gozamos os três, primeiro elas e por fim eu, após fortes estocadas exigidas por uma Valéria que se empinava de quatro em minha pica enquanto se contorcia agarrada a cintura fina de Luana que, por sua vez, acariciava os seus seios exuberantes. Exaustos e satisfeitos, bebemos mais uma taça de vinho celebrando a nossa volúpia e adormecemos juntos, os três, agarrados na cama.

- Parece ser um sonho de muitos homens. Mas no seu caso, parece-me que não era exatamente o seu fetiche, ainda que adormecido na ocasião.

- Não mesmo, senhora Atena. Tanto é que essa relação em trisal não durou tanto tempo assim. Por alguns meses tornamo-nos namorados. Saíamos juntos e nos divertíamos nos fins de semana, que era quando Luana vinha estar conosco. Vivemos, enfim, um triângulo amoroso. A certa altura da convivência, a novidade já não me animava ao ponto de acompanhá-las nas saídas noturnas e eu seguia preferindo as diversões domésticas, sobretudo as diversões da alcova com as minhas duas lascivas amantes. Então havia momentos em que só as duas saíam juntas e passaram a me provocar com isso, fazendo de minhas ausências um novo jogo erótico. Certa noite, Valéria se vestiu muito sensualmente e Luana me chamou ao nosso quarto e perguntou se eu não iria mesmo com elas: “Vai mesmo deixar esse mulherão todo sozinha por aí?” Perguntou enquanto exibia o belo corpo da minha mulher a trajar apenas um conjunto que integrava um corselet de inspiração medieval preto, uma cinta-liga igualmente preta e uma saia plissada da mesma cor. Com sua maquiagem forte, parecia uma rainha a sair dos confins de um reino matriarcal do medievo. Eu precisei respirar fundo diante daquela exuberância e procurei explicar as razões profissionais que me impedia de acompanhá-las. Então Luana mandou Valéria ficar de costas encostada à parede. Em seguida levantou a sua saia e mostrou a microcalcinha que estava usando sob a cinta-liga para em seguida desferir uns bons tapas nas ancas alucinantes de Valéria: “Você não a quer?” Luana me questionou provocante. 

Meu pau ficou duro na hora e parti para cima delas. Mas para minha desdita, as duas se negaram prontamente, disseram que não, que se eu as quisesse teria que esperá-las voltarem, já que não queria ir com elas. Eu supliquei, implorei para desfrutarmos um pouco de nossas alegrias conjuntas, mas não fui atendido. Tudo indicava se tratar de uma espécie de castigo premeditado pelas duas, uma punição pela minha ausência quase constante em suas saídas noturnas. Embora Valéria já fosse familiarizada com o meu hábito caseiro, custava a Luana adaptar-se à nossa forma de vida neste sentido. Naquele dia eu esperei em vão, já que só retornaram pela manhã. Ao retornarem eu quis saber se haviam transado na minha ausência e as duas negaram com veemência. Achei por bem acolher o que me contaram, mesmo porque a ideia de terem ou não transado não livrava minha imaginação de divagar excitada com a ideia.

- E hoje? Você ainda acredita que as duas falaram a verdade?

- Não, senhora.

- O que você acha? Que as duas se limitaram a transar somente entre elas, ou que colocaram um macho para substituir você no triângulo naquela noite?

- Hoje tenho consciência de que devem sim ter buscado levar um ou dois homens para a cama. Na época eu ainda era muito romântico e inocente. Mas elas queriam um pau para se deliciarem as duas, com certeza.


- Eu também achava isso. Você só confirmou minha suspeita. Por favor, prossiga.

- Sim, senhora. Os dias transcorriam tranquilamente e os nossos fins de semana seguiam povoados pela nossa festinha a três em nosso aconchegante apartamento. De certo modo, eu sentia-me como um sultão e acreditava fazer inveja ao mais bem aventurado dos homens. Até que certo dia notei que Valéria começava a dar mostras de ciúmes de Luana comigo. De alguma maneira estava ficando insegura, achava que eu estava gostando além do que deveria de nossa parceira. Luana, como nenhum de nós, também não poderia controlar os seus sentimentos e parecia cada vez mais envolvida conosco. Tudo isso pareceu não fazer bem a Valéria que já não mais se sentia com o total controle da situação, o que, vim a entender mais tarde, a desequilibrava a ponto de imobilizá-la. Valéria precisava estar no controle e sempre. Para fazê-la entender que não havia nada mais importante para mim do que ela, apesar de todo o bom sentimento que eu nutria por Luana, decidi que era a hora de pararmos. Valéria também entendeu que seria apropriado e conversamos com Luana que compreendeu a situação, apesar da confessa falta que viria a sentir da nossa convivência, de certo sentimento de rejeição que teria que aprender a lidar e, principalmente, disse lasciva, do nosso sexo a três. Não sei muito bem como, de onde retiramos maturidade para isso, mas seguimos amigos como antes, inclusive a amizade delas permaneceu imaculada. Saíram juntas outras vezes como já faziam e a vida seguiu normalmente, mas agora sem ménage a trois, para tristeza dos três, mas com o emocional de Valéria mais ajustado, sem dúvidas. 

- Bom, com o término do trisal e com as duas mantendo a amizade para saírem juntas, aposto que mantiveram ménages, só que não com você participando. Estou certa?

- Sim, senhora Atena. Apesar de não ter provas, sei que as duas mantiveram as aventuras de pinçar machos aqui e ali, noite ou outra, para fazer as minhas vezes. Valéria e Luana não aparentavam contentarem-se apenas em transar limitando-se às duas bucetas se esfregando somente.

- Imaginei. E então? Como ficou a relação entre você e Valéria a partir desse ponto?

- Valéria pareceu ter sido a que saiu mais fortalecida do nosso triângulo amoroso. Os dias se passaram e nosso sexo já não apresentava o mesmo vigor inicial, certamente estávamos passando por um segundo tombo desde o momento que antecedeu a chegada de Luana entre nós. A certa altura experimentamos um sexo protocolar, o que jamais imaginei ser possível entre nós dois. Luana havia deixado a indelével marca em nosso sexo. Foi então que Valéria voltou a falar de fazermos com outro cara, mas sem muita insistência e ponderando em cada palavra. Havia um pacto que ela sabia ter de honrar. Durante o período que tínhamos “uma namorada” ela passou a sair menos, mas agora que havíamos rompido com Luana ela voltou a frequentar mais as noites, como a senhora muito bem supôs há pouco. Dizia ela que passara a ir a mais espetáculos, shows e baladas e retomamos algumas das antigas discussões, sobretudo quando seu ex-namorado dançarino vinha se apresentar na cidade e ela não abria mão de ir prestigiá-lo. Mas Valéria jamais cedera e seguia firme em seus propósitos de liberdade. Saía sempre que queria. Era isso ou rompíamos, deixou claro inúmeras vezes. Além do mais, quando queria sair comigo e eu declinava do convite passava a me provocar de várias maneiras. Dentre as suas provocações prediletas, havia o inusitado de andar só de calcinha pela casa enquanto se arrumava com a janela inteiramente aberta, independentemente de haver vizinhos ou não à sua espreita. Muitas vezes se arrumava, desfilava para mim e pedia minha opinião exigindo que eu aplicasse notas aos seus trajes provocativos. Adorava usar roupas curtíssimas e toda aquela situação me excitava muito. Algumas vezes acabava de se vestir e transávamos muito antes que alguma amiga ou amigo com que ia sair chegasse para apanhá-la. Outras vezes eu implorava, mas ela dizia que só me daria quando retornasse. Aconteceu de me acordar ao meio da noite, quando chegava da rua, para transarmos, noutras eu já acordava com o meu pau em sua boca, ou então com o cheiro quente de sua buceta em minha cara já a espera de uma chupada.

- É impressionante como que até esse momento, com tudo isso acontecendo entre vocês, você não teve a percepção de que era um corninho submisso, e que seria muito melhor deixar rolar o que ela tanto queria, que era ter um segundo homem na relação? 

- Então, senhora Atena, por essa época, conheci uma Domme num chat e fui me inteirando um pouco mais sobre SM. Chamava-se Lili e comecei a lhe contar sobre a minha relação com Valéria. Me abri pra valer com Lili que me disse não ter dúvidas de que eu era corno da minha esposa, uma dúvida que eu nutria, mas que nunca encarava para além das discussões com Valéria nas horas em que ela queria sair. E mais, Lili achava que eu mantinha a situação porque eu gostava e me excitava com tudo aquilo, com a possibilidade de ter minha mulher sendo assediada e mesmo possuída por outros machos. Na verdade, a essa altura o nosso casamento estava começando a ficar muito desgastado, principalmente, por conta de sérias dificuldades financeiras que se impunham cada vez mais. Eu havia tido uma diminuição do meu salário, já que a empresa entrou numa séria crise financeira. Valéria havia deixado o trabalho e achava que eu não podia cobrá-la por isso, já que procurava empregos, mas não encontrava. Quando tratava deste assunto com quem quer que fosse, buscava responsabilizar a todos pelo seu insucesso profissional e se dava por satisfeita com seu discurso vitimista. Mas a verdade é que ela já não queria trabalhar. Ao longo dos anos, Valéria nunca conseguiu se firmar em um emprego. O último, e o mais longo entre todos, havia durado pouco mais de um ano e quando retornou das férias fez de tudo para ser demitida. Quando foi convidada a ocupar um cargo mais alto e que lhe exigia mais responsabilidade conseguiu alguma boa desculpa para evitar o novo desafio. Apesar de tudo, seguia com ainda mais liberdade e, independente de mim ou das amigas, saía em busca de diversão. Bebia cada vez mais. Enfim, começávamos a dar sinais de que as coisas caminhavam para o fim ou ao menos para uma grave crise. Eu passei a ter menor interesse sexual por Valéria por conta de toda a difícil situação em que vivíamos, ao passo que ela começou a dar mostras de irritação constantemente. A ideia de que já não despertava o mesmo interesse sexual em mim mexia decisivamente com a sua vaidade. E sem dúvidas hoje consigo perceber que esse elemento foi decisivo para retomasse, enfaticamente, o assunto de ter outro cara na nossa cama.

- Então foi nesse ponto em que ela impôs de vez te fazer de corno?

- Sim, senhora. Certo dia ela quis transar e eu não quis, não estava afinado, me encontrava sem clima. Então Valéria aproveitou a situação para me dizer que teria que procurar outro homem para comê-la já que o seu marido não queria mais foder com ela: “O que você quer que eu faça? Você sabe o quanto eu sou fogosa, o quanto adoro sexo e se você não quer me comer o que posso fazer senão procurar outro para fazer o que meu marido não quer mais fazer?” Confesso que fiquei com muita raiva na hora, mas reagi de forma inesperada, partindo pra cima dela e metendo com muita raiva e tesão. Valéria não deixou isso passar incólume enquanto transávamos: “Isso, me fode assim, vai. Não deixa espaço para outro vir fazer o seu serviço, vai, meu homem...” Respondi: “É isso que você quer? É pica?” Ela prosseguiu: “Sim, você sabe o quanto eu preciso disso e se você não me der eu ter que buscar fora daqui... fode, vai, fode sua tarada...” Um novo aviso era dado em nossa relação. E então retomei as conversas com Lili. Foi por essa época que descobri que existiam os “cuckolds”, mas jamais achei que me encaixava entre os que nutrem tal fetiche. Lili insistia que eu era um cuckold e que eu deveria aceitar de vez a ideia de minha mulher dar para outro cara, mas eu segui resistindo à ideia, muito embora já buscasse cada vez mais informações sobre o assunto e até mesmo me flagrasse fantasiando a respeito enquanto transávamos, sobretudo antes ou depois de suas saídas noturnas ou mesmo enquanto usávamos o consolo e a penetrava duplamente.

- Caramba, candidato! Acho que você é muito resistente a aceitar sua condição, sabia? Espero não ter trabalho em empurrar seus limites de submisso, caso você seja admitido em minha senzala.

- Para sua tranquilidade, senhora Atena, digo que hoje sou bem mais consciente do que verdadeiramente sou. Espero corresponder às duas expectativas, caso que tenha mesmo o privilégio de ser seu escravo.

- Vejamos. Prossiga na sua descrição.

- Onde parei mesmo?

- Estava falando de quando já fantasiava ser corninho manso transando com ela, mas não queria admitir.

- Ah sim, lembrei! Certo dia, fomos a uma festa e nos encantamos por uma garota que conhecíamos há algum tempo, mas que não tínhamos muita aproximação. Chamava-se Andreia, era casada e o seu marido um velho conhecido de Valéria. Nos aproximamos e bebemos algo em a sua companhia. A conversa ficou animada e a convidamos para terminar a noite em nossa casa antes que voltasse para casa. Já estávamos mais experientes nesse tipo de abordagem e não foi muito difícil envolvermos a garota. Foi apenas uma questão de pouco tempo para estarmos os três nos beijando no sofá de nossa casa. Mas quando estávamos quase lá, na cama, Andreia desistiu. Disse que não conseguiria levar a situação adiante por conta do marido e pediu para que a levássemos para casa. Ficamos desapontados e decepcionados, mas não havia o que ser feito.

Apesar da breve aventura da última noite, a nossa crise não diminuiu, pelo contrário, brigávamos cada vez mais. Certa vez ela foi à casa dos pais e quando retornou disse que Andreia havia nos convidado para jantar com ela e o seu marido em sua casa. Valéria sabia que eu iria trabalhar naquela noite e que eu não poderia ir. Tal recusa foi motivo para uma briga feia, eu não queria que ela fosse sozinha, mas, mais uma vez, de nada adiantou. Não apenas Valéria foi sozinha, como dormiu na casa deles. Acordei pela manhã com ela entrando em casa e imediatamente quis saber se transaram, mas ela negou. Contei a Lili o que havia se passado e ela afirmou não ter dúvida de que os três haviam transado. O marido de Andreia, segundo acreditava Lili, havia concluído o que eu havia começado e não conseguira consumar. Eu estava realmente enciumado e impotente diante do ocorrido e passamos o dia sem trocar única palavra.



Reconciliamo-nos um dia depois, mas na mesma semana Valéria foi à casa de outro “amigo” que eu já sabia que a cortejava. Mais uma vez ela só retornou no outro dia pela manhã. Contou-me ter bebido demais e preferiu não se arriscar no trânsito. Eu aceitei a sua explicação como um tácito acordo de que não interferiria em suas decisões sobre o que quer que fosse, ainda que implicassem em explícita traição. Definitivamente, ela se sentia inteiramente autorizada a dormir na casa de outros homens e contava com a minha plácida aceitação. O que terminei por fazer resignado. Aconteceu de ela sair algumas vezes e ao chegar me procurar para transarmos sem que eu pudesse oferecer resistência. Também aconteceu de se arrumar para sair e me pedir que a ajudasse a se vestir, ajustar as alças de seus vestidos, fechar seu zíper, ajustar as barras de suas saias para não manchar suas unhas pintadas. Certa vez ela estava estonteantemente sensual e não medi esforços para que transássemos antes que saísse, mas ela negou-me cruelmente. Disse-me já estar pronta, que não se desalinharia pois seu amigo já a esperara na garagem do prédio: “Se você for um bom menino eu te dou minha bucetinha quando eu chegar. Agora ponha esse pinto pra dentro e nada de bater punheta comigo fora, hein!”

Não resisti e me masturbei. Mas dessa vez, me masturbei e fui invadido pela imagem dela dando pro tal amigo. O meu pensamento estava tomado pela imagem de Valéria como a devassa que definitivamente se mostrava ser. 

Produzida para outro macho, deixava o marido em casa à sua espera, enquanto se divertia como desejava sobre lençóis clandestinos. Nesse dia, escutei ela abrir a porta ainda pela madrugada. Ela se despiu, tomou banho e veio para a cama. Avancei sobre ela como se estivesse acabado de deixar uma prisão. Valéria tentou esquivar-se, cheirava a álcool e estava visivelmente exausta, talvez até mesmo satisfeita de sexo, mas tamanhos foram meus apelos que ela não pode resistir. Agiu de maneira protocolar e acionou os botões que ela sabia acionar em mim como ninguém: “É minha bucetinha que você quer, é safado?” “Sim, você sabe que eu quero muito...” “Você já sabe que quando eu quiser não pode negar fogo, né?” “Eu sei, eu sou seu, todo seu...” “É sim, meu bom menino...” “Eu não tenho como te negar fogo...” “Ou então outro macho vai ter que comer essa sua bucetinha. Você sabe disso, não é?” “Sua escrota...” “Cala a boca e mete com força, vai...”  Aquelas palavras de Valéria me nocautearam de uma vez e em menos de cinco minutos ela já dormia ao meu lado. Eu gozei com muita força, ela sabia exatamente os botões que acionavam o meu desmoronamento e usava isso ao seu bel prazer. Valéria, definitivamente, exercia um enorme poder sobre mim, apesar das fortes desavenças e dos claros sinais de desgaste que enfrentávamos.

As saídas de Valéria passaram a ser mais frequentes e, junto a isso, infelizmente, também se acentuou a sua inclinação sobre o álcool. Isto fez o que restava entre nós ruir de uma vez. Passou a beber com frequência e foi se tornando cada vez mais agressiva e descontrolada. Tentei fazer com que procurasse uma terapia, alguma ajuda especializada, mas ela negou-se e arrastamos a situação dessa maneira por mais um ano, até que, após inúmeras tentativas para que se tratasse, eu decidi pôr um fim no relacionamento. Duramos em torno de quatro anos juntos e foi bom por muito tempo, até que nossa convivência se mostrou insustentável. Tentei guardar de Valéria os melhores momentos que vivemos juntos e a longa aprendizagem e resignação que exercitei com ela. Infelizmente, ela havia perdido o rumo das coisas e eu não pude ajudá-la. Eu precisava seguir, minha caríssima Atena, e posso dizer com absoluta certeza que não segui feliz.

- Imagino, com certeza deve ter sido difícil abrir mão de uma mulher que sabia exatamente satisfazer sua tara relutante de ser corninho. E daí, depois dela teve mais alguma mulher que finalmente te fez aceitar de vez seus chifres enormes àquela altura?

- Teria que lhe contar sobre um caso de carnaval que me deixou alucinado. Eu fiquei de quatro por ela. E digo isso literalmente.

- Opa, aí está algo que eu queria saber a seu respeito. Sua forma de contar é muito gostosa, candidato. Vou estender seu horário para que me conte tudo com calma a respeito dessa sua outra mulher em sua vida. Espero que você consiga me convencer que de fato merece o privilégio de me servir permanentemente em minha masmorra. Sou toda ouvidos, por favor, conte-me tudo... Qual era o nome dela?


- Adriane, senhora. 

  

Índice com todos os capítulos: 📄

P.S. o escritor dessa obra e colaborador deste blog, Fredericco Rocco, assim como o protagonista seu homônimo, está solteiro e também em busca de uma distinta Dama que queira conhece-lo para, eventualmente conversarem sobre esse prazeroso tema. Fica aqui o contato para as que se interessarem: roccoescrita@gmail.com

Um comentário:

  1. Olha, não pode imaginar como me identifiquei com essa história, Squal... Passei por semelhantes processos de negação como os que o nosso amigo relata acima... Assumir para nós mesmos a posição de um sub corno e assumir isso com o bônus de daí se obter prazer é tarefa difícil... Quero muito saber sobre Adriane! Excelente história! Obrigado mais uma vez!

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